Acabo de assistir Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus, documentário dividido em 4 episódios sobre a misteriosa morte do jornalista / escritor Danny Casolaro e a investigação que o levou a tal destino. A despeito de ser uma produção recente (28/02/24) no catálogo do principal serviço de streaming: a Netflix (embora não seja uma produção da Netflix, e sim de uma produtora independente chamada Duplass Brothers), Conspiração Americana passou praticamente despercebido pelo público. Você encontrará alguns trailers dele no YouTube, e quase nenhum canal resenhando a respeito. Eu mesmo só soube de sua existência graças a Eric Jon Phelps, que gravou um programa sobre o assunto. E, dado o nome de quem me apresentou o material, acho desnecessário dizer se vale a pena, né?
O programa é conteúdo sobre teoria da conspiração para gente grande (não espere respostas prontas e informações excessivamente mastigadas, a despeito dos episódios serem suficientemente didáticos àqueles que prestarem atenção). E, claro, ainda que não citem qualquer instituição ou grupo comumente associado a conspirações, a dupla responsável pelo projeto - Zachary Treitz e, principalmente, Christian Hansen - deixam muito exposto a existência de um complô internacional nos altos escalões dos governos mundiais. Você pode chamar do que quiser, a série mantém isso em aberto. Conforme falei acima, a indicação dessa produção chegou até mim via-Eric Jon Phelps, provavelmente o maior crítico da Companhia de Jesus vivo. Portanto, obviamente - ao menos para Eric e seus inscritos (meu caso) - não há dúvida de que aquilo que Casolaro denominou de "Octopus" é, na verdade, o conglomerado de agentes secretos do Vaticano, em especial jesuítas e cavaleiros de Malta. No terceiro episódio, por exemplo, vemos de relance - na parede do escritório de um dos homens fortes da Octopus - o diploma de Doctor Religion Education pela Philathea College (tempo 07:40), instituição evangélica de caráter ecumênico (não há qualquer comentário sobre isso na cena, trata-se de algo que simplesmente me chamou a atenção). E, no segundo episódio, o filho desse mesmo personagem declara que, durante um período de sua vida, seu pai atuou em "centros de saúde mental". Para um conhecedor da conspiração jesuíta, elementos como esses são pingo em letra. Mas podemos notar outras pistas também, como a história do "pastor" Jimmy Hughes, ou a cereja do bolo (no tempo 48:13 do terceiro episódio): uma das muitas anotações caóticas de Danny Casolaro freneticamente focadas pela câmera ao longo da temporada (outro momento onde tive a felicidade de perceber algo fora dos holofotes) na qual é possível ler um nome não mencionado no documentário, porém nitidamente presente na investigação do escritor (vou deixar o suspense no ar para tornar mais interessante a experiência de quem quiser assistir).
Mesmo não batendo o martelo sobre a causa da morte de Casolaro (oficialmente é suicídio), a primeira (e talvez única) temporada fecha nos fornecendo evidências que tornam a versão oficial uma piada de mau gosto. Seu final é abrupto e instigante, mas realmente acho difícil haver uma próxima tanto pelo teor da série, quanto por sua repercussão, que foi fraca (ainda que tenha recebido ótimas notas por parte de que assistiu). Quero destacar o episódio 3, que é quando a coisa escala através do assombroso relato de uma jornalista aposentada - e da entrada em cena de uma figura sinistra que, inclusive, já fez ponta num filme do Steven Seagal (ator que notoriamente possui fortes laços com o governo russo). Enfim, Conspiração Americana: Os Crimes da Octopus te prende do início ao fim, mas, acima de tudo, fará com que você chegue ao seu final mais esperto em relação ao mundo que nos cerca do que quando começou. Obs: estou ganhando rigorosamente nada para fazer essa resenha.
E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra. - Apocalipse 17:5
Leandro Pereira