Uma coisa puxa outra.
O calvinismo começou com a teologia católica agostiniana,
que declarava ser todo cristão um predestinado por Deus à vida eterna. Assim,
ao trazerem isso para o protestantismo; Calvino, Lutero e cia apenas precisaram
trocar o alvo da "predestinação" de católicos para reformados.
Uma coisa puxa outra.
Todavia, se você administra uma lanchonete e retira um
funcionário do balcão para que o mesmo ocupe o caixa, outra pessoa terá de ser
deslocada de sua função original para suprir o buraco deixado, certo? Pois bem,
é exatamente isso que os calvinistas tiveram de fazer, uma vez que, na doutrina
da eleição incondicional; todas as declarações bíblicas sobre a predestinação
da nação de Israel como povo escolhido para o cumprimento do plano divino são
revertidas para os crentes em Cristo.
Uma coisa puxa outra.
Ora, já que a eleição israelita foi transferida aos salvos,
logo o restante do contexto espiritual judaico também teve de passar pelo mesmo
processo, do contrário os reformados teriam uma teologia quebrada e à base de
versículos isolados. Assim, uma nova doutrina católica teve de ser adaptada: a
teologia da substituição. Nela, todas as profecias que, nitidamente, são
dirigidas à etnia judaica; passam a ser exclusivamente cristãs. Desse modo, se
os católicos se veem como os únicos substitutos espirituais de Israel, os
protestantes veem ao "cristianismo em sua totalidade" como tal
substituto, pois consideram o catolicismo como um segmento cristão, ao invés da
seita pagã que sempre foi.
Uma coisa puxa outra.
A partir do momento em que eles conseguiram a façanha de resumir
o povo protagonista da Bíblia a um mero figurante, ficou fácil desenvolver o
resto de suas heresias. Importaram uma escatologia preterista e alegórica (adivinha
da onde?) e deram origem aos amilenismo/pós-milenismo. Nada mais natural, já
que, se as profecias destinadas a um Israel futuro, na "verdade";
pertencem atualmente à Igreja; logo eles não tiveram outra saída a não ser
situarem o Reino Milenar de Cristo que se dará em seu trono em Jerusalém para
um contexto meramente espiritual no qual a Igreja é o único Israel existente.
Uma coisa puxa outra.
Mas não para por aí... sendo os crentes de hoje
participantes do milênio, automaticamente as promessas destinadas aos filhos
dos cristãos que participarão do milênio (todas garantindo a fidelidade dos
mesmos.) também precisam se cumprir no agora (percebam como tudo, dentro desta
ótica, é artificial e forçado.); razão pela qual recém-nascidos são batizados
num batismo parecidíssimo ao católico. E, como heresia pouca é bobagem, é
necessário que seja por aspersão (este ponto específico não tem qualquer
relação com a escalada que estou desenvolvendo ao longo do texto, uma vez que
nenhum dos pontos anteriores infere na forma batismal. Trata-se, sendo assim, de
uma escolha por parte dos reformados que somente aponta sua simpatia por Roma.
Ao optarem por um batismo imersivo, eles acabariam dando razão aos maiores
inimigos da instituição papal ao longo da história: os batistas.).
Uma coisa puxa outra.
Já que os cristãos são o Governo Milenar de Cristo sobre a
Terra, isso precisa ter, sobre a civilização, alguma implicação que esteja à
altura de um reinado divino, não é mesmo? Do contrário, as pessoas pensarão:
"que reino divino é esse que existe, ao passo que o mundo só se degrada
cada vez mais a cada dia em todas as áreas? Esse tal de Jesus não sabe
governar?". É quando entra em ação a "teologia da missão
integral", cujas raízes vem, para nossa surpresa, do sistema católico chamado
"teologia da libertação". E, o que é a teologia da libertação? Um
ensino criado pela ala esquerdista da igreja católica que consiste em doutrinar
as pessoas no comunismo sem que as mesmas percebam, já que pensam estarem
praticando seu livrinho de catecismo. Na teologia da missão integral, o mesmo
ocorre e, tanto uma, quanto a outra, logicamente pregam as obras sociais à
frente da mensagem do Evangelho que, na visão deles; só pode ser aceito se as
pessoas virem no pregador um reflexo do Reino Milenar já instaurado (leia-se
"ajuda humanitária".). Enquanto, no cristianismo autêntico, a
caridade vem a ser uma consequência da nova natureza que temos em Cristo e,
portanto, se torna um ato espontâneo, uma vez que entendemos ser a pregação da
vida eterna a maior boa ação que alguém possa fazer pelo seu próximo; na
teologia da missão integral a obra social se transforma em condição "sine
qua non" para o evangelismo.
Uma coisa puxa outra.
Abraçando a teologia da missão integral, automaticamente o
calvinista reformado tem de se posicionar politicamente em favor da esquerda,
ou você acha coincidência que a maioria dos líderes reformados apoiem não
somente ao PT, como aos demais partidos socialistas? Por conta da influência
pesada de uma teologia comunista e da necessidade de recorrer aos políticos
para conseguir incentivos aos seus projetos sociais, o protestante termina
inventando brechas nas Sagradas Escrituras para validar tudo o que a ideologia
porca dos progressistas apresenta: liberação do aborto, liberação das drogas (quem
tiver de ser salvo já está eleito mesmo, então quem tiver de sair do mundo das
drogas acabará saindo por conta da "predestinação"...), legalização
da prostituição (que segue o mesmo raciocínio da legalização das drogas.),
ambientalismo (se já vivemos o reino milenar, precisamos cuidar do planeta onde
o milênio ocorre.), feminismo, movimentos revolucionários armados (lembre-se:
tudo pelo "social".), promoção das religiões africanas (algo comum
aos calvinistas, já que, em pró da tarefa de lutar pela paz mundial, uma vez
que são “guardiães do Reino Milenar”, o ecumenismo acaba sendo um recurso
totalmente válido.), casamento gay, ideologia de gênero, desarmamento civil,
direitos humanos para criminosos e Estado totalitário (pois todo Estado
totalitário é por origem esquerdista e, sendo o reino milenar dos calvinistas
um governo comunista, logicamente quanto maior o Estado, mais
representatividade o reino milenar terá junto à sociedade.). Tudo isso é
apoiado pelos teólogos da missão integral.
Uma coisa puxa outra.
Embrenhando-se na missão integral, o passo seguinte de todo
bom calvinista é rumar para o ecumenismo. Ora, sendo a missão integral irmã da
teologia católica da libertação, obviamente seus difusores terminam unidos pelo
pensamento socialista e, não à toa, costumam realizar inúmeros eventos em conjunto.
Não somente isso, mas, conforme pincelei acima; a união com outras religiões em
pró da paz mundial termina sendo uma concessão muito bem vinda (aqui, há muitos
que se desviam por completo para o universalismo, que é a crença de que toda a
raça humana se salvará independente de seguirem a cristo ou não; como René
Kivitz, Ariovaldo Ramos e Caio Fábio.).
Uma coisa puxa outra.
Ok, já temos a eleição, as profecias e o milênio
inteiramente para nós, cristãos, correto? O que resta agora? Simples: se quer
passear com o cachorro na rua, precisa ir limpando a sujeira que ele deixa pelo
caminho. Desse modo, todas as evidências históricas do cumprimento das muitas
profecias direcionadas a israel (dentre elas algumas dezenas que detalhadamente
se cumpriram com o Estado sionista surgido em 1948.) devem ser negadas. Entramos,
aqui, na explicação para o porquê da maioria esmagadora dos calvinistas
apoiarem o islamismo ao passo que fazem campanhas duras contra Israel: os
muçulmanos, em seu objetivo de varrer o Estado judeu do mapa, acabam sendo um
perfeito agente para o trabalho sujo. Eles já conseguiram convencer à mídia
mundial de que são os verdadeiros herdeiros daquela terra, além de terem
destruído diversos patrimônios históricos e sítios arqueológicos que comprovavam
o relato bíblico de que os judeus são os autênticos proprietários de Canaã. Isso,
para um grupo que deseja que o papel de Israel nas Escrituras seja cada vez
mais minimizado; é literalmente um "presente dos céus". Se Israel for
varrida do mapa como quer o islã, os amilenistas irão comemorar, pois poderão
provar que 1948 não foi um cumprimento profético literal. Em outras palavras, o
islamismo obtém apoio dos calvinistas por duas vias: aqueles intelectualmente
desonestos que querem ver Israel fora do mapa; e aqueles que, guiados pela
missão integral, acabam caindo no teatro vitimista dos árabes e na mentira de
que Israel é um colonizador cruel e poderoso.
Uma coisa puxa outra.
Viram como, a partir do momento em que se puxa o fio da
linha, todo o novelo se desenrola? Quanto mais se mexe na sujeira do cachorro,
mais fede. E de pensar que tudo começou com uma "pitada" de
calvinismo... mas é exatamente conforme diz a palavra:
Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à
verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chamou. Um pouco de fermento
leveda toda a massa.- Gálatas 5:7-9
Nada é por acaso.
Uma coisa... puxa outra.
Leandro Pereira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
ResponderExcluirCom calvinismo você quis dizer neopentecostalismo, né? Kkkkkkk