domingo, 28 de agosto de 2016

UMA OLIMPÍADA SOB O PODER DO PUNHO CERRADO


Na olimpíada carioca, Felipe Wu foi o primeiro medalhista olímpico do Brasil obtendo uma prata logo no primeiro dia do evento. somente 2 dias após seu feito é que o Brasil veio a conseguir outra medalha (ouro no judô feminino.). Todavia, ao longo desses 2 dias, embora o país estivesse carente de medalhas, nossa mídia tratou o atirador brasileiro com um desprezo absurdo. Seu nome praticamente não foi mencionado e, quando era, a menção ocorria bem por alto. Tudo porque Felipe deu o azar de competir por uma modalidade predominantemente militar dentro de um território governado pelo socialismo e, para completar, ainda cometeu o "pecado" de prestar continência durante o hino nacional, afinal de contas; não é interessante a nenhum grupo com fins comunistas que seus cidadãos tenham como referencial esportivo um sargento do exército, tampouco que sejam estimulados a praticarem um esporte que os leve a se tornarem especialistas em armas de fogo por meios legais. Justiça seja feita, o programa do Danilo Gentili (que é de centro-direita.) foi o único a entrevistar Felipe Wu.

Já Thiago Braz, medalhista de ouro no salto com vara, apesar de realizar uma das maiores façanhas na história do esporte nacional, deu o azar de ser evangélico e não conseguir dar entrevistas onde não glorifique o nome de Jesus ou enfatize as injeções de ânimo que recebe de seu pastor, ao contrário da imensa maioria dos atletas que, costumeiramente, exaltam o trabalho de psicólogos e técnicos. Tudo bem que seu nome não chegou a ser tão abafado quanto o de Felipe Wu, mas certamente não teve um milésimo da atenção que o pódio alcançado por ele exige de uma imprensa que faz tanta questão de idolatrar desportistas.

Quem não se lembra do Taffarel? Embora nunca tenha escondido sua profissão de fé ao longo de sua carreira, sempre foi contido e tímido em relação à mesma. Desse modo, virou um Deus para todos os veículos de comunicação nacionais após a Copa de 1994 e, mais ainda, depois da semifinal contra a Holanda em 1998. Aliás, por bem menos do que isso, goleiros que fizeram sucesso apenas em seus clubes ganharam a mesma projeção em nossos jornais, rádios e emissoras (apenas para citar alguns exemplos: Zetti, "são" Marcos, Dida, Júlio César, Velloso e até mesmo o Bruno pré-crime.). No entanto, o goleiro Weverton, que foi fundamental na conquista do único título que a seleção brasileira não tinha; possui nem de longe os holofotes que sua proeza merece considerando-se que ele joga pelo chamado "país do futebol". Tudo porque deu o azar de, assim como Thiago Braz; também ser incapaz de não conceder declarações que transpareçam a presença de cristo em sua vida (diga-se de passagem, no vídeo abaixo pode-se conferir o fora bem dado que ele foi forçado a dar no repórter laicista da Rede Globo que, desrespeitando à fé notória do atleta em jesus, tentou levá-lo a dedicar sua vitória ao "destino".).

Enquanto isso, duas jogadoras muçulmanas de vôlei de praia que, por não terem vergonha alguma de sua crença ao jogarem cobertas das pernas aos pés; foram mais enaltecidas pelos nossos jornalistas do que todos os 3 medalhistas citados acima juntos.

Enquanto isso, Diego Hipólito e Arthur Nory, com base unicamente numa prata e num bronze; passaram 3 dias seguidos visitando ou sendo massivamente festejados em tudo quanto é programa (precisa dizer o motivo?).

Enquanto isso, Michael Phelps e Usain Bolt, que nem brasileiros são, provaram tranquilamente que os 3 atletas de feitos históricos relacionados acima não foram alvo da indiferença da mídia por mera falta de espaço ou tempo, uma vez que tanto o nadador, quanto o corredor monopolizaram os noticiários durante todo o tempo em que estiveram aqui.

Enfim, eu poderia escrever um bocado ainda a respeito da incoerência demonstrada por nossos meios de comunicação nessa olimpíada, mas como não sou fissurado no meio esportivo, quero mais que se dane o esporte nacional. Particularmente, me preocupa muito mais o espírito que está levando nossos comunicadores a agirem dessa forma, do que sua negligência em si. Me preocupa muito mais os rumos que estão dominando os formadores de opinião deste país, do que a covardia que cristãos e conservadores estão sofrendo num meio que, francamente, vem tendo uma serventia bem maior à alienação dos nossos jovens do que no seu desenvolvimento



 


   LEANDRO PEREIRA



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