Os mesmos esquerdistas que recortaram maliciosamente um discurso de Mourão sob a intenção de aparentar que o sujeito é racista, também lançaram o boato de que o coronel afirmou querer privatizar a Amazônia. E, sabem o que é pior? A parte da Amazônia não foi editada. Quando o deputado do PSOL Glauber Braga (uma fonte credibilíssima, evidentemente...) expôs o trecho em que o militar cita a floresta, ele apenas teceu comentários a respeito visando induzir o público ao erro, mas não mexeu numa vírgula sequer do vídeo. O cara jogou em cima do analfabetismo funcional das pessoas e... deu certo. Em poucas horas, a "bomba" explodiu na internet tanto por canais e blogues progressistas, quanto por intervencionistas.
Tudo porque, ao dar uma rápida pincelada no tema "privatizações", o agora vice de Bolsonaro declarou que, aqui no Brasil, sempre que se defende investimento estrangeiro (seja ele qual for), rapidamente surge alguém alardeando que irão tomar a Amazônia. Em outras palavras, Mourão apenas deu uma ironizada nos extremistas. Entretanto, mais irônico ainda é o fato dessa mesma fala (que não passa de 20 segundos), hoje, estar sendo usada para definir o homem como um entreguista- illuminati-comunista-islâmico-nazista-reptiliano munido de um super-projeto para entregar o Brasil à Nova Ordem Mundial (quando saímos dela, é o que me pergunto).
E fica o alerta: já não é a primeira vez em que vejo intervencionistas reproduzindo ideias ou "informações" originadas na esquerda. Inclusive, tem um monte de filiado ou ex-filiado de partidos socialistas radicais, como PSTU e PCO, que participam do movimento intervencionista. Tal fenômeno acontece precisamente porque, infelizmente, o intervencionismo é composto em sua maioria por pessoas com as melhores intenções, porém extremamente leigas politicamente; o que possibilita à meia-dúzia de leninistas manipularem o grosso. Certa vez, questionei um desses ditos "patriotas" bastante ativos no YouTube quanto ao fato dele estar difundindo o vídeo de um intervencionista assumidamente comunista, no que ele me respondeu: "E qual é o problema? Você quer uma intervenção apenas de direita?". Naquele dia, matei a charada.
Leandro Pereira
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