TEXTO CRÍTICO: Consiste em 19 manuscritos (todos contraditórios entre si, incompletos, sendo alguns consistindo em apenas um livro ou mesmo alguns poucos versículos avulsos) oriundos da Alexandria, berço do gnosticismo (fusão de cristianismo com helenismo).
TEXTO RECEPTUS: é a base para o Novo Testamento das Bíblias protestantes mais antigas. Consiste em 5400 manuscritos oriundos de Antioquia (berço do cristianismo) praticamente idênticos, dos quais inúmeros encontram-se completos ou quase completos.
Percebem a diferença entre um e outro? Pois é... e se eu disser que a maioria esmagadora das Bíblias produzidas atualmente são traduzidas em cima do primeiro, e não do segundo? Os conservadores falam tanto sobre novilínguia, a alteração no vocabulário de um povo como forma de destruí-lo intelectualmente; porém quase ninguém percebe que tamanha maquinação já entrou em operação há muito tempo sobre aquela que é a maior arma do homem contra o império das trevas: a Palavra de Deus. Quanto mais o tempo passa, surgem mais traduções amparadas nas cópias alexandrinas. Não somente isso, mas como não se bastassem as corrupções textuais naturalmente derivadas dos gnósticos, as próprias comissões tradutoras (ecumênicas e universalistas) estão deliberadamente impondo alterações a torto e a direito (limando versículos, acrescentando palavras, e deformando passagens).
Se a carruagem continuar neste andar, futuramente teremos 100% dos cristãos munidos de Escrituras contaminadas, visto que é cada vez mais raro achar Bíblias Receptus à venda. Ora, o Senhor Jesus declarou que o homem deve se alimentar de TODA a Palavra de Deus, no que eu pergunto: como cumprir tal ordenança se nossas Bíblias forem o equivalente a uma refeição ausente de metade dos seus valores nutricionais? A ideia, portanto, é erradicar o Receptus do seio da civilização de modo que as futuras gerações de crentes fiquem espiritualmente desnutridas e impossibilitadas de um entendimento pleno acerca do Evangelho.
Não à toa, aliás, a explosão do Texto Crítico no meio cristão coincide com o surgimento do carismaticismo, cujas igrejas desprezam a problemática textual pela simples razão de que, na concepção deles, as experiências místicas pessoais tornam o conhecimento bíblico irrelevante, já que "se posso receber profecias em sonhos ou línguas estranhas, se posso ser arrebatado em espírito, e se tenho irmãos ungidos que trazem revelações sobre minha vida, qual a relevância da Bíblia?" Não por acaso, o pentecostalismo e seus derivados, que representam 90% dos evangélicos no mundo, são os grandes consumidores das traduções bíblicas segundo o Texto Crítico (não seria errado dizer que essa indústria se mantenha de pé principalmente graças a eles).
Definitivamente, o servo de Cristo selado pelo Espírito Santo quer ter a certeza de estar lendo as exatas palavras sopradas por Deus aos seus profetas, não perversões de gente enganada por aquele que, desde o Éden, usa a desinformação como tática para distanciar a humanidade do Criador. Eu diria que a mentira da serpente foi a primeira "crítica textual bíblica" da história.
O objetivo final disso, só não enxerga quem não quer: distorcer as Escrituras Sagradas até que, um dia, Elas se tornem diluídas o bastante para que possam integrar a religião mundial.
Leandro Pereira
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