Concordo com a esquerda que quem bebe ou fuma tenha tanta moral para falar contra legalização de drogas quanto os divorciados que queiram defender valores da família, porém uma coisa que todo progressista devia saber é: a existência de um mal não pode justificar o surgimento de outro. O comércio de cigarros e bebidas alcoólicas já está entranhado na sociedade, ou seja, mesclado à cultura humana deforma tão forte que somente com base numa ditadura das mais repressivas poderia ser combatido com alguma eficácia; situação bem distinta, portanto, à das ervas, pozinhos, ácidos e injetáveis. Também odeio samba e acho que a cultura propagada por ele gera valores extremamente nocivos, mas nem por isso faria campanha por sua marginalização, uma vez que o bom senso me mostra tratar-se de algo impregnado na população do meu país.
Eu diria, por exemplo, que uma tentativa no Brasil de proibir o álcool deveria vir acompanhada de uma estrutura tão grande e complexa para contenção das consequências geradas que seria o equivalente a querer acabar com a maconha na Jamaica. Sendo assim, é necessário aos revolucionários de plantão que, de uma vez por todas, ponham na cabeça que as drogas ainda não são parte da cultura média (tanto que existem algumas culturas específicas de seus consumidores que vão desde a música ouvida, às roupas vestidas passando pelo espectro político adotado).
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