domingo, 30 de abril de 2017

FOMOS PROJETADOS PARA NÃO BUSCARMOS A DEUS


Uma coisa que aprendi com o tempo: se alguém realmente quer o Evangelho, naturalmente esse alguém demonstrará interesse e insistirá contigo para que o ajude a saciar sua fome da Palavra. É por isso que sempre que me ofereço para estudar a Bíblia com alguma pessoa, o próximo passo que dou é aguardar que a pessoa me cobre tal compromisso, no mínimo, duas vezes (para que eu tenha a certeza de que o indivíduo realmente está com vontade, e não apenas querendo me agradar dizendo que "sim" para não ser deselegante.). Muitas vezes, por conta de uma empolgação momentânea, a pessoa diz da boca para fora que, finalmente, quer ter o comprometimento de passar a levar o Evangelho a sério e conhecer às Escrituras.

Há um episódio do Chapolin onde ele começa a papagaiar que, quando encontrar o bandido, irá dar uma surra no cara, porém sem imaginar que o vilão está nas suas costas escutando tudo. Então, quando percebe que o compromisso que acabara de declarar a plenos pulmões encontra-se diante de si cobrando cada uma de suas palavras; o herói fica completamente sem graça. O mesmo ocorre com essas pessoas que afirmam terem "tanta vontade" de conhecerem mais a fundo às Escrituras, porém sem jamais imaginarem que a outra possa responder: "não seja por isso, pode contar comigo."

Não vilanizo completamente esse tipo de postura, pois sei que o homem não foi projetado para passar a vida buscando conhecer a Deus (tal condição é uma consequência do pecado adâmico.), e sim para conviver face a face com o Criador. Pensando bem, talvez isso até mesmo explique o fato do ser humano não somente ser muito alienado, como também amar tudo aquilo o que lhe empurre à alienação, afinal de contas; o primeiro casal foi projetado para viver num paraíso e, de uma hora para outra, teve de se adaptar à uma convivência com o mal, teve de sair do "off" para o "on" como um sujeito que acorde às três da madrugada(quando o sono está mais intenso e gostoso.) no meio de um incêndio.


Definitivamente, não fomos criados para vivermos buscando conhecer a Deus e tendo de lidar com a diversidade extremamente complexa que o mal promove no planeta. Entretanto, como todo bom plano B, o Pai nos dotou de capacidade o bastante para, mesmo diante da entrada do pecado em cena; não nos emburrecermos plenamente e termos condições de, com todas as nossas limitações, lutarmos para que um dia retornemos ao contexto para o qual fomos programados.

Sendo assim, não há justificativa para a inércia com relação às coisas de Deus. Se, por um lado, a Bíblia deixa claro que as coisas encobertas pertencem a Deus, por outro lado a Mesma não proíbe ao homem de descobri-las, muito pelo contrário, o estimula:

As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.- Deuteronômio 29.29

A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em descobri-las.- Provérbios 25.2

Leandro Pereira

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