sexta-feira, 5 de maio de 2017

OS CRENTES MODERNOS E SEU DESPREZO PELO APOCALIPSE


Um discurso padrão que vem tomando conta do meio cristão atualmente é: " Não entendo nem quero entender de escatologia. O importante é pregar a Cristo, pois escatologia não salva ninguém." Não foi por acaso que tal pensamento ganhou tanto espaço nas últimas décadas, afinal de contas, vivemos dias onde o meio evangélico está cada vez mais materialista, fútil, humanista e avesso ao estudo das Escrituras. Nesta modernidade louca onde tudo deve ser instantâneo e relativo; naturalmente a profecia bíblica, pelo fato de exigir um tempo e uma dedicação maiores do crente que se debruça sobre o cânone, acaba sendo relegada à categoria de "artigo decorativo" ou ao famoso "mistério de Deus"; como se o Apocalipse fizesse parte de outra Bíblia. Dito isso, deixo a seguir as palavras que dirigi à uma pessoa recentemente onde teci alguns exemplos do estrago que uma escatologia errada pode acarretar.

"Você parece não saber que um entendimento escatológico errado faz diferença sim, senhor. Faz tanta diferença que o Apocalipse promete bençãos a quem OUVE e GUARDA as palavras da profecia (Ap 1.3), ambas ações que não podem ser operadas de outra maneira que não seja mediante ENTENDIMENTO. A compreensão sobre as profecias podem acarretar diversas consequências à vida de fé indo desde a acomodação daqueles que estão esperando o Anticristo aparecer para, somente então, buscarem a Deus; àqueles que se enveredam pela teologia antissemita da substituição que, além promover o ódio racial (como já promoveu anteriormente, ao ser uma das bases filosóficas do nazismo), também está neste exato momento alinhando o pensamento de cristãos ao pensamento daquele que futuramente moverá o planeta em duas ocasiões contra Israel: Satanás. E não para por aí: a mesma teologia da substituição é o pilar do amilenismo/pós-milenismo que, por sua vez, é a raiz da teologia da missão integral. E o que é a teologia da missão integral, se não uma ramificação socialista infiltrada no cristianismo (e versão evangélica da teologia da libertação católica) que minimiza a pregação do Evangelho e a conversão de almas por conta de obras sociais e ativismo ideológico (afinal de contas, uma vez que "o Reino de Deus já está aqui", devemos forçar a barra para que tal fato se reflita na civilização como um todo, não é mesmo?). Resultado: graças à teologia da missão integral, praticamente todas as igrejas reformadas da atualidade estão aderindo à ideologia socialista e defendendo a agenda humanista (aborto, movimento LGBT, ideologia de gênero, feminismo, etc...) e, não por acaso, inúmeras delas já se encontram cadastradas na ONU mediante o CMI (Conselho Mundial de Igrejas, um órgão ecumênico para controle das igrejas cristãs em todo o planeta), bem como ordenando ministros gays e realizando casamentos gays. Isso sem falar no apoio aos países muçulmanos expresso mediante repasse de doações e promoção do islamismo como uma religião pacífica e co-irmã. Enfim, eu poderia passar horas aqui escrevendo sobre o impacto que uma escatologia errada ou relativizada pode provocar na vida de um crente seja a um nível micro ou a um nível macro. Todavia, prefiro lembrar que Cristo deixou claro que o alimento do homem deve vir de TODA A PALAVRA DE DEUS, e não apenas de parte dela, bem como que ELE MESMO É TODA ELA ("o Verbo", lembra?). Portanto, não relativizo algo tão valioso e que Deus prezou tanto para que chegasse às nossas mãos hoje, afirmo que TENHO CERTEZA do segmento escatológico que abraço e que, de forma alguma, isso deixa de me tornar humilde, muito pelo contrário; sou humilde o bastante para me sujeitar à TODA a Palavra de Deus e fazer o que estiver ao meu alcance para prestigiar cada letra inspirada por igual, afinal de contas; quem sou eu para hierarquizar o cânone?"

Leandro Pereira

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