domingo, 26 de agosto de 2018

CRENTE "BAFO DE CACHAÇA"? NÃO NA MINHA BÍBLIA


Sempre que surge a palavra "vinho" na Bíblia, é interessante conhecermos o termo original por trás dela, do contrário não apenas correremos o risco de sermos enredados pelo sofisma de que certas passagens bíblicas incitam um "consumo social" de álcool, como poderemos criar uma baita contradição no texto canônico. Particularmente, entendo que os devidos contextos de cada versículo onde lemos "vinho", bem como outros dispositivos hermenêuticos dispensem qualquer conhecimento de hebraico e grego. Vejo os dados a seguir, portanto, mais feito um complemento, do que como um item indispensável ao debate; apesar de sua inegável contundência. No Antigo Testamento, há 3 expressões comumente tidas por "vinho":
"Yayin" - serve tanto para vinhos fermentados diluídos em água, quanto para sucos naturais diluídos em água, sucos naturais não diluídos em água (mosto) ou mesmo uvas intactas preparadas para o lagar. Aparece 141 vezes na Bíblia.
"Shekar" - serve principalmente para bebidas - em geral - fermentadas não diluídas em água (ou seja, de maior teor alcoólico), mas ocasionalmente também se aplica a sucos naturais - em geral - não diluídos em água. Aparece 23 vezes na Bíblia.
"Tirosh" - se aplica tão somente ao caldinho da uva ainda no cacho ou a um suco natural da videira (com ou sem água). Aparece 38 vezes na Bíblia.
Já quando o assunto é Novo Testamento, temos uma só expressão traduzida como "vinho", que é "Oinos", termo usado tanto para vinho fermentado, quanto para o suco de uva natural não diluído (mosto), geleia de uva e mel de uva.
Portanto, querer reduzir a questão lendo toda e qualquer aparição bíblica da palavra "vinho" como "bebida alcoólica" não é uma postura somente desonesta, mas satânica. E, antes que venham me dizer que os reformadores bebiam (como se a biografia deles integrasse as Escrituras Sagradas), eu lembro que aquele pessoal ingeria álcool tanto quanto acendia vela na igreja, batizava bebês, batizava por aspersão, estatizava igrejas, adotava a teologia da substituição e exterminava anabatistas; tudo porque eram, antes de qualquer coisa, herdeiros de uma cultura católica romana onde inexiste o conceito de novo nascimento, e sim tão somente o de adesão à igreja. Não à toa, aliás, até hoje os 2 tipos mais antigos de "cristãos" que defendem um estilo de vida liberal são os romanistas e aqueles oriundos de igrejas reformadas (salvo exceções para o segundo caso).
Na lei, era estritamente proibido o uso de bebida fermentada no tabernáculo / templo (que, hoje, é nosso corpo), e o sacerdote não podia, de forma alguma, entrar no tabernáculo / templo se ingerisse bebida fermentada, sendo que, atualmente, os crentes em Cristo é que são o sacerdócio santo. Reflitam sobre isso...
Leandro Pereira

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