sábado, 13 de maio de 2017

O PARADOXO DOS DEPRIMIDOS


Que baita paradoxo! Nunca vivemos uma época na qual a sociedade fosse tão bombardeada o tempo inteiro com diferentes opções de entretenimento como agora; assim como nunca tivemos índices tão altos de gente deprimida ou vivendo à base de remédios.
E, querem saber uma coisa que já venho observando há algum tempo? Aproximem-se de boa parte desses deprimidos e verão que, curiosamente, a maioria deles é literalmente viciada em lazer. Não à toa, muitos dizem: "Ora, fulano (a) diz que pensa em se matar, mas na hora do show, da viagem, do videogame, do futebol, da balada, das compras ou de qualquer outra forma de prazer; rapidinho melhora."

Então, surge a pergunta: o que veio primeiro: o ovo ou a galinha? São pessoas angustiadas por investirem boa parte de seu tempo, dinheiro, emoções e intelecto em coisas fúteis, efêmeras e sem qualquer retorno (o que, portanto, sempre trará aquela sensação de vazio e insignificância nos intervalos entre um divertimento e outro); ou dedicam sua vida à mediocridade por já se encontrarem num estado constante de tristeza (tristeza essa muitas vezes inconsciente, por sinal)?

Tudo porque todo homem possui um espaço na alma do tamanho de Deus e que, sendo assim, não pode ser preenchido por nada que exista além dele (muito menos entretenimento). Vejam bem, não sou contra lazer (controlado e sadio). Todavia, não posso deixar de concordar com Leonard Ravenhiil quando disparou: "O entretenimento é o substituto diabólico da alegria".

Leandro Pereira

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