sábado, 21 de abril de 2018

SOBRE O BOMBARDEIO DE EUA, FRANÇA E INGLATERRA SOBRE A SÍRIA...


Embora eu curta o trabalho de Olavo de Carvalho e Julio Severo, tenho os dois pés atrás com ambos. Contudo, preciso dizer que, no tocante às disputas ocorridas entre as elites mundiais, a visão do Olavo faz muito mais sentido, visto que não enxerga mocinhos no controle de tais forças; ao contrário de Severo, que vê Putin praticamente como um papai Noel. Ora, quando olhamos para os acontecimentos desta semana, o que presenciamos é um exemplo perfeito do quadro desenhado por Olavo: globalismo ocidental contra eurasianismo que é contra islamismo, mas que o tem como um aliado momentâneo que o permite fazer frente ao globalismo ("o inimigo do meu inimigo é meu amigo").
Não fosse pela mina de ouro chamada "Copa do Mundo", a Rússia já teria agido há muito tempo. Contudo, não querem perder a bocada que o evento trará ao país, tampouco correr o risco de trazer uma guerra para dentro de seu solo, ou mesmo para pontos importantes de sua política externa num momento de ascensão econômica (e eles não terão a mamata francesa para bancá-los agora, caso entrem em guerra...). Por isso houve o bombardeio, visto que todos sabem que Putin está de mãos atadas. E, percebam que, ao contrário do ano passado, onde vimos uma ação espontânea de um presidente que queria mostrar serviço - e que foi duramente criticado pelos seus pares por isso -, agora o ataque não só obteve amplo apoio interno, como foi realizado em conjunto com Inglaterra e França. Não duvido, inclusive, se vierem mísseis sobre as bases iranianas na Síria nos próximos dias.
Apenas espero que Trump esteja sendo menos manipulado do que imagino e saiba a hora de dizer "não" aos grilos falantes que o cercam.
Leandro Pereira

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