POR QUE A MAIORIA DOS PÓS-TRIBULACIONISTAS É LIBERAL?

Não me espanta que o pós-tribulacionismo seja esmagadoramente composto por esquerdistas. Para invalidar a ideia de que a última semana profética de Daniel é destinada principalmente à nação judia, os caras precisam ser antissemitas a todo custo, de modo a provarem que não existe mais povo judeu e que seu atual país é uma fraude (o que os leva a demonizarem cada vez mais os judeus e, por tabela, comprarem o discurso de pró-Palestina e mitos como o da inexistência do holocausto ou de que existe radicalismo islâmico). Dessa forma, batem de frente com um dos pilares da cultura ocidental: a moral judaica, que certamente é abraçada pelo conservadorismo, não por progressistas.

Consequentemente, para que possam ter uma linha de raciocínio minimamente lógica, pós-tribulacionistas precisam forçosamente aderir à teologia católica da substituição (professada notoriamente no meio protestante por igrejas socialistas). Sim, você não leu errado: o pós-tribulacionismo tão repleto de militantes "anti-sistema religioso", "anti-templo" e "anti-catolicismo" se fundamenta numa doutrina católica elaborada de maneira a justificar a ideia de uma igreja universal que supostamente teve as promessas bíblicas ao Israel étnico espiritualmente revertidas para o trono papal (que, evidentemente, eles adaptam para um contexto evangélico). Isso não faz qualquer sentido quando paramos para pensar no caráter revolucionário daqueles que acreditam que já estamos numa guerra preliminar contra o Anticristo. Tal teologia, inclusive, foi um dos germes do nazismo, cujo esquerdismo que carregava consigo dispensa comentários (não custa lembrar, diga-se de passagem, que houve uma "Igreja Nacional do Reich").

Por fim, há um fator óbvio a ser observado: uma vez que terei a oportunidade de assistir de camarote aos principais eventos do Apocalipse bem diante dos meus olhos até que o Senhor Jesus volte, terei também tempo de sobra para entregar minha vida ao Senhor. Isso implica diretamente num cristianismo frouxo, liberal, incoerente, de poucas convicções bíblicas e que inconscientemente aguarda que o bicho comece a pegar para, somente então, começar a levar a coisa mais a sério; o que espontaneamente leva o indivíduo a se identificar com pautas sociais à esquerda do espectro político.

E, quando digo "cristianismo frouxo, incoerente e de poucas convicções bíblicas"; não é nenhum exagero. Por que vocês acham que boa parte desse pessoal, por exemplo, não dá a mínima para a doutrina da preservação da redação original (muitos deles indagarão "como se come isso", caso perguntados a respeito) sendo adeptos de textos apócrifos, de Crítica Textual e do Texto Crítico (esses dois últimos, aliás, mais uma vez com os oferecimentos da "Loja Vaticano Ltda").

Estou viajando? Vejamos, então, alguns poucos exemplos pós-tribulacionistas dentre os inúmeros que eu poderia trazer aqui:

Canal "O Reino Eterno": adepto de literatura apócrifa (e não estou falando só de Enoque...), Crítica Textual e Texto Crítico. Não comentarei os sonhos proféticos do guru Luiz Shimoyama, pois a ideia aqui é ressaltar os aspectos liberais do pós-tribulacionismo, não os aspectos místicos desse canal. Sempre ocultou meus comentários em seus vídeos ao se ver sem resposta aos meus questionamentos. Tal postura totalitária certamente não é nada conservadora.

Canal "O Reino de Deus": é uma imitação do canal "O Reino Eterno" feita por um fãzinho de nome Israel Leães.

Rubens Sodré: socialista filiado ao PV (Partido Verde).

Canal "Evangelho Underground": Incorre nos mesmos erros dos canais descritos acima, porém assumindo uma faceta mais assumidamente progressista. Não à toa, aliás, seu administrador já lançou dois livros cujo tema é um clamor por uma nova Reforma Protestante.

Maxwell Palheta: nunca escondeu ser um cristão dos mais liberais, esquerdista e também adepto de uma teologia contraditória.

Igreja Emergente: essa denominação americana (falida devido a uma série de escândalos) cujos pastores falavam palavrões e pregavam o chamado "Evangelho Social" também era pós-tribulacionista.

Seitas Adventistas: são todas pós-tribulacionistas e notoriamente socialistas (sua implicância desmedida com o catolicismo, bem como a paranoia em torno do domingo os torna automaticamente contra tudo aquilo produzido tanto por Roma, quanto pelo cristianismo em geral). Recentemente, inclusive, a Youtuber Paula Marisa se aventurou a tornar-se adventista, no que a avisei com antecedência a respeito do conflito que sua identidade conservadora passaria a ter com a doutrina sabatista. Fui ignorado, ela quebrou a cara e, agora, saiu da igreja adventista alegando tudo aquilo que eu havia alertado (porém sem me creditar, logicamente). Ao menos ela não ocultou meu comentário do vídeo em que fiz o alerta...

J. Martins: é o mais novo parceiro de Rubens Sodré, sendo que nunca escondeu ser nomista (teologia sectária que defende a idolatria em torno de pronúncias corretas de nomes em hebraico) e radicalmente contra toda e qualquer instituição cristã.

Canal "Verdade Revelada": seu administrador Neemias, embora não seja adventista (se fosse, logicamente não teria autorização para defender a Terra plana), é adepto da doutrina sabatista, o que o leva a usar do mesmo discurso laicista anti-cristão dos demais, visto que a seita adventista notoriamente é de orientação comunista.

Enfim, isto é pós-tribulacionismo (salvo raríssimas exceções onde a pessoa tenta conciliar o que sabe ser certo com uma escatologia que sabe estar errada).

Leandro Pereira