domingo, 22 de abril de 2018

FALANDO SÉRIO SOBRE APOCALIPSE 12 - PARTE 1



Algo que certamente passa longe de ser um sentimento natural é o ódio que certos filhos manifestam contra suas mães. Creio que todo cristão concorde com isso, certo? Negativo. Se todo cristão concordasse com isso, não existiriam movimentos antissemitas dentro do cristianismo, visto que Israel é nossa mãe espiritual (obviamente não feito uma entidade pessoal e digna de adoração; mas como berço da Palavra divina entre os homens, da encarnação do Messias e do surgimento da igreja). Portanto, apoiar à "mãe Israel" nada mais é do que acreditar nos inúmeros cumprimentos proféticos  que já se deram através dela e aceitar de bom grado aquilo que Deus prometeu realizar futuramente com essa nação. Eu diria que odiar ou desprezar a Israel é uma coisa tão antinatural à doutrina bíblica que vem a ser uma sinalização precisa de que o "cristão" que manifesta tais sentimentos ainda não foi apresentado ao novo nascimento.

Em Gálatas 4 (versículos 22-28), Paulo traça uma interessante analogia na qual Sara (esposa de Abraão) representa a Jerusalém celestial, ao passo que a escrava Agar (que serviu de barriga de aluguel para Sara) representa a Jerusalém terrena. Vamos ao texto:

Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa. O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar. Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós. Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque. 

Percebam: nós, cristãos, somos filhos legítimos da livre (a "de cima" e que "tem marido"), porém fomos gerados pela escrava (a "solitária"). E, antes que alguém mencione a citação a Isaque (que foi um filho do próprio ventre de Sara) eu ressalto que a passagem nos chama de "filhos da promessa COMO Isaque", o que pode perfeitamente ter o sentido de "parecido" e "semelhante", não necessariamente "igual" ou "idêntico"; até porque as duas últimas opções quebrariam completamente à construção metafórica pretendida nesses versículos. Ao declarar que os filhos da solitária são quantitativamente superiores aos da que tem marido, o Espírito Santo está mostrando que os filhos da servidão vêm a ser não somente os judeus (ao contrário do que muitos por aí dão a entender), mas qualquer pessoa que não seja cristã.

Tem muito pseudo-cristão por aí se preocupando em atacar os judeus e chamá-los de Sinagoga de Satanás, porém sob o mesmo estado de servidão espiritual de Israel. Olham para os podres judaicos (que ninguém nega, tampouco as Escrituras), mas se esquecem de verificar a maneira como levam a própria vida ao lado do Criador. Se tais pessoas permanecerem como Ismael, ao invés de se transformarem em Isaque; farão companhia no inferno à multidão de judeus que tanto os incomoda.

Leandro Pereira 

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